Ouço música sertaneja há muito tempo. Quando morei no interior meu pai teve um buteco, e me lembro como se fosse agora, meus velhos amigos que hoje tem seus 60...70 anos colocando o rádio no ouvido pra ouvir Tião Carreiro & Pardinho, Zilo & Zalo, Mocóca & Paraíso, Tônico & Tinoco, e muitos outros. Mas, confesso que nunca pude ver estes belos cantores e tocadores de viola, fazerem um show ou vê-los na TV fazendo sucesso em tempos de globalização. Hoje com 27 anos, estou podendo ver e ouvir a nossa verdadeira viola caipira ressurgir das cinzas (já que o sertanejo moderno não dá valor á isso) nas mãos de João Carreiro & Capataz.
E convenhamos, sabe qual é a chance dos meus netos verem uma dupla sertaneja de verdade daqui a 30 anos?...Quase nula. Entre meus netos verem nascer uma nova dupla sertaneja caipira daqui 30 anos e ver João Carreiro & Capataz fazendo sucesso com moda de viola daqui á 30 anos pra quem realmente gosta, fico com a segunda opção, e confesso, pensei que nunca iria ouvir uma moda de viola composta por artistas de hoje.
Vi muita matéria sobre o novo CD de João Carreiro & Capataz intitulado “Lado A e Lado B”, o primeiro só com modas de viola em sua maioria composta pelos próprios e o outro com músicas “normais”, porém, ainda “brutas” da dupla. E nessas matérias não vi uma matéria sequer explicando sobre a paixão com a viola caipira e a crítica feita na primeira música do Lado A, “Não toca em minha vitrola”, que faz referência a todo o sucesso que os artistas do sertanejo moderno fazem e que ao mesmo tempo esquecem da raiz que faz o nome “Sertanejo” do nosso gênero musical que tanto amo. É uma canção que acende o alerta sobre o sertanejo atual e abre uma luz no fim do túnel quando o assunto é raiz, e também mostra o lado das duplas que sabem tocar uma só música na viola pra se mostrar, e ainda ouvem aplausos do público (desabafo). Pois bem, só parabenizo esta maravilhosa dupla pelo novo trabalho e recomendo a todos os apaixonados por sertanejo a ouvirem o novo trabalho de João Carreiro & Capataz. Abaixo, ouça “Não toca em minha vitrola”
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